sexta-feira, 8 de junho de 2012

Brasil: um país de todos

Parece muito bacana a ideia de inclusão social. Desde pequenas acessibilidades, como rampas para cadeirantes, a quotas para ingresso em universidades, o menu de políticas afirmativas do governo federal vai tornando o país mais “juntinho e misturado”. Certamente a proposta de um Brasil mais igualitário não é de hoje, também não é criação de um partido político: é inerente ao brasileiro. Veja-se, por exemplo, o carnaval. Nesse período, os bancos, num gesto de generosidade indiscriminada, só voltam a carimbar cheques com insuficiência de fundos na Quarta-Feira de Cinzas. As igrejas católicas e os templos evangélicos têm o privilégio, nessa época, de compartilhar as adoráveis canções que pregam a bunda, pois os paredões de som, graças a Deus, mesmo a uma boa distância, possuem potência para alcançar (e nem é necessário fé!) a todos... e a todas. Enquanto isso, as famílias deliciam a cultural sensação “Rebolation”. Até às criancinhas lhes é oportunizado ouvir “vou te comer, vou te comer, vou te comer”, porque é a maior ajuda humanitária que se pode prestar aos pequeninos. Quem gosta de “maizena”?! com certeza todos adoram. Com essa coisa de inclusão, ninguém precisa mais se preocupar com o preço dela: é só você andar por aí, que algum altruísta vai encher sua roupa, seu cabelo, seus olhos, sua boca, seus ouvidos e suas narinas com o agradável e saboroso pó. E nessa de acessibilidade, traficantes montam pontos e recrutam “funcionários” em avenidas e bailes para não deixar nenhum folião fora da parada. E obrigado a esses cidadãos que oferecem emprego e lazer ao povo! Inclusive em casa, para aqueles que não querem ou não podem ir às festas, é oferecida uma programação democraticamente carnavalesca. Nada de filmes, nada de séries, nada de escândalos de Brasílias nos telejornais: apenas harmoniosas batucadas e ingênuas moiçolas graciosamente seminuas. Quer fazer parte dos que traem muito-e-sem-culpa? Quer cheirar loló e não ser tachado de drogado? Quer se vestir de mulher-qualquer-fruta e não ser chamado de gay? Não precisa nem cantar “mamãe eu quero...”, pois é carnaval, é inclusão social, é Brasil . Até eu, um chato, adoraria fazer parte. Portanto, por gentileza, “me inclua fora dessa!”.

Um comentário:

  1. Esse cara é Pernambucano? não! Piauiense? não! Brasileiro? Sim! De tanto amar a Pátria, luta e esbraveja interessantemente afim de acorda as pessoas e tentar, construir um mundo melhor, com aquilo que ele mais tem inteligência e sagacidade, simples FLÁVIO o cara!

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