- Que aula mais chata! – cochichou uma colega à outra, lá no canto esquerdo da sala.
- Não aguento essa matéria. Sou mais História – confidencia uma moça de minissaia a um rapaz, no centro do recinto. “E eu prefiro você, gostosa!” (pensa ele).
Noutra parte da sala, as donas da verdade “viajam”:
- É gay esse professor – a primeira dá o veredito.
- Não, mulher! cê acha?!
- Por falar em gay, sabia que Wesla deixou Wosh porque o pegou com outro? – toma a conversa “ad infinitum” a última.
PSSSSSSIIIIU!
- Ei! (pescoço noventa graus à esquerda, cotovelo no braço da cartei do amigo) tou malhando na Atlética.
- Maaassa, ó!
CELULAR TOCA
- Não posso falar agora (e falando!).
- Tou lhe esperando aqui na pracinha – do outro lado da linha.
- Peraí, que essa droga de aula não acab a nunca (e falando!).
TOC TOC
- Wyleish estuda aqui?
Para-se a aula. Todos se viram para um e outro lado. Levanta-se uma menina feia, empurra a porta (mas é para dentro que se deve abri-la), puxa a porta, que esbarra em seu pé. A turma ri, a feia sai.
PSSSSSSSSSIIIIIIU!
- Armaria! (ela quis dizer ave-maria) não gostei do show da banda bobagem-com-sacanagem-e-nada-de-futuro.
- Pois pra mim foi tudo de bom! Fiquei com Wessllow do segundo ano.
- Oxe! e a namorada dele?!
- E foi por isso mesmo que o arrochei.
Wislley cochila no fim da sala. Wenddley cola um cartaz em suas costas: “MI CUSPÃU”. Wellen lê a revista essencialíssima aos vestibulandos, O fuxico.
- Fuuuum! peidaram!
- Tá morto!
- No dia em que eu soltar um desses, podem me enterrar.
Esse diálogo de fenomenal importância à raça humana leva um bom tempo.
- Não entendo nada que esse cara fala – é sobre o professor.
- Eu acho que ele não sabe coisa alguma.
- Doidinho mais paia!
- Olha só a tela dele!
- É, velho! mas ele tá pegando uma doidinha do terceiro ano.
- Também! o cara é professor! conhece meio mundo de gata.
- Só espero que ela não dê em cima da minha!
PSSSSSSSSSSSSIIIIIIIIU!
- Que fome eu tou!
- Vamos na cantina!
As mortas de fome arrastam seus assentos, caminham até a porta, olham para o professor e o esperam falar algo, abrem a porta e saem. A turma assiste à cena em câmera lenta.
ENTEDERAM? (um silêncio abrupto)
A feia retorna. A campainha toca.
sábado, 17 de julho de 2010
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Olá Flávio,
ResponderExcluirParabéns pelo textos do seu blog,
confira os blogs:
http://performanceritmo.blogspot.com/
http://blogdowandersonlima.blogspot.com/
http://alfredowerney.blogspot.com/
Obrigado, amigo! Levei anos para responder... Peço desculpas: estava sem acesso a esta página. Abraços!
Excluir@s amig@s de Simões
ResponderExcluirFalaram-me de sua apreciação por música, poesia, literatura...
Tem um texto sobre "A ESTRANHA FORÇA DE ROBERTO CARLOS por Alfredo Werney, no link
http://alfredowerney.blogspot.com/
outro amigo blogueiro
Falouuuuu, tamo junto
Jonas
p/http://performanceritmo.blogspot.com/
Obrigado, amigo!
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